O silêncio pulsa em meu peito

Grita

Palavras que antes me eram ditas, não mais

A angústia, refletida, numa gangorra entre nós

Em meses, você

Por horas a fio, eu

Meu egoísmo me envergonha

Nada posso pedir

E nada peço

Escrevo, aflito

Suplicando à sanidade que me resta

Vá, suma, me deixe

E nunca mais faça isso comigo

Fique, apareça, me acolha

E repita, pra sempre, que me quer

Faça tudo ou faça nada

Abraço a mim mesmo e me traio

Me envergonho e te peço

Vida morta que me assombra

Ponha um fim a isto tudo

Ou renasça logo de uma vez